Segurança

Camila Diel | 24/04/2025 11:22

24/04/2025 11:22

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Operação da PF investiga esquema de lavagem de dinheiro ligada ao tráfico internacional em construtoras de Itapema

O grupo usava os lucros do tráfico para adquirir veículos de luxo, caminhões e investir na construção de imóveis no litoral catarinense

Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (24) em Itapema e Curitiba (PR), com o objetivo de desarticular um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas. Batizada de Operação Forlands, a ação é um desdobramento da Operação Follow the Money, realizada em março de 2024, e investiga o uso de construtoras e aquisição de bens de alto valor para ocultar a origem ilícita dos recursos.

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De acordo com as investigações, os criminosos utilizavam os lucros do tráfico para comprar veículos de luxo, caminhões e investir na construção de imóveis residenciais e comerciais no litoral catarinense. Os bens eram registrados em nome de “laranjas” — pessoas físicas ou jurídicas ligadas ao grupo — e revendidos por valores subfaturados. A estratégia permitia que o dinheiro fosse reinserido no mercado formal com aparência de legalidade, gerando lucro adicional à organização.

Em Itapema, a movimentação de viaturas da Polícia Federal e da Receita Federal chamou a atenção de moradores, especialmente nas regiões da Rua 288, no bairro Meia Praia, e da Avenida Marginal Oeste, no bairro Morretes. Um familiar de um empresário do setor da construção civil foi conduzido para prestar esclarecimentos à Polícia Federal. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, com apoio de 11 auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal.

As investigações apontam que construtoras criadas pelos envolvidos operavam com indícios de financiamento ilícito. Os imóveis construídos com recursos do tráfico eram vendidos a terceiros ou repassados a pessoas ligadas ao grupo criminoso, dificultando o rastreamento patrimonial. A prática não apenas ocultava a origem dos valores como também gerava lucros expressivos, especialmente em regiões com alto valor de mercado por metro quadrado.

Além das buscas, a Receita Federal intimou contribuintes investigados para o início de ações fiscais. A operação também tem como foco descapitalizar financeiramente a organização criminosa e impedir a continuidade das atividades ilícitas. Segundo estimativas da Receita, o esquema movimentou mais de R$ 100 milhões apenas em 2024, e os créditos tributários lançados devem ultrapassar R$ 30 milhões.

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