Os casos de engasgo infantil são muito comuns. Nos últimos dias, dois bebês foram salvos de engasgamento em Itapema, e, segundo os números do SAMU, cerca de 450 casos acontecem anualmente. O Dr. Heber Andrade, naturopata e psicoterapeuta especialista em Medicina Natural Integrativa e Funcional, conversou com o Lance Itapema para explicar por que acontece […]
Os casos de engasgo infantil são muito comuns. Nos últimos dias, dois bebês foram salvos de engasgamento em Itapema, e, segundo os números do SAMU, cerca de 450 casos acontecem anualmente. O Dr. Heber Andrade, naturopata e psicoterapeuta especialista em Medicina Natural Integrativa e Funcional, conversou com o Lance Itapema para explicar por que acontece e ajudar a prevenir.
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Segundo Andrade, os engasgos são mais comuns em crianças, especialmente até os 3 anos. Isso ocorre porque, nessa faixa etária, elas estão explorando e conhecendo o mundo, frequentemente colocando objetos na boca.
“Além disso, crianças pequenas podem não ter habilidades motoras refinadas para mastigar e engolir eficientemente, aumentando o risco de engasgos. A anatomia da via aérea em desenvolvimento também pode contribuir para a maior vulnerabilidade nessa idade.”
Quando esse tipo de situação acontece, alguns sinais podem indicar que a criança está engasgada e precisa de ajuda, como dificuldade para respirar, tosse fraca ou ausente e expressão facial de pânico. O especialista aponta também a incapacidade de falar ou emitir sons, coloração azulada nos lábios e segurar a garganta, que indicam um possível engasgo.
“Se você observar esses sinais, é crucial agir rapidamente para ajudar a criança.”
Caso a criança realmente esteja engasgada, a primeira recomendação é chamar por ajuda médica ou de alguma pessoa com conhecimento de primeiros socorros. O Dr. Heber Andrade também recomenda, caso tenha o conhecimento necessário, a aplicação de algumas manobras de primeiros socorros.
Para bebês abaixo de 1 ano, a recomendação é posicionar o bebê de bruços sobre o antebraço, apoiando a cabeça, e dar cinco tapas nas costas entre as omoplatas. Em seguida, vire o bebê e faça cinco compressões no peito com dois dedos, abaixo do mamilo. Já com crianças maiores de 1 ano, Dr. Andrade diz que é preciso dar cinco tapas nas costas e, caso não resolva, realizar cinco compressões abdominais, a chamada Manobra de Heimlich. Se mesmo assim não funcionar, o especialista recomenda que continue alternando até a remoção da causa do engasgo ou até a chegada da ajuda médica.
Foi assim que, em 2023, Dr. Heber Andrade salvou seu filho de um engasgo, momento registrado por câmeras de segurança do estabelecimento onde estavam. “Foram questões de segundos, mas que podem fazer toda a diferença para salvar a vida de uma pessoa utilizando a técnica correta.”
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Além de apresentar um risco de morte, sendo uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil, o engasgo pode levar a diversos perigos e complicações. Dr. Andrade listou alguns desses perigos: Asfixia parcial, lesões na via aérea, pneumonia aspirativa, desconforto respiratório, trauma emocional e desenvolvimento de medo alimentar.
Vale ressaltar que é possível prevenir o engasgo em crianças pequenas. O especialista comenta que manter uma supervisão constante é um dos primeiros pontos de atenção para evitar esse tipo de acidente. Para isso, ele recomenda um cuidado redobrado com a criança enquanto ela come ou brinca, especialmente com objetos pequenos. Além disso, ele recomenda evitar o uso de telas na hora de comer.
Outro ponto importante é cortar os alimentos em pequenos pedaços, apropriados para a idade da criança, e evitar alimentos duros, pequenos, redondos, pegajosos ou difíceis de mastigar, como nozes, balas duras e uvas inteiras. Além disso, Dr. Andrade ressalta a importância de incentivar hábitos alimentares seguros: “Incentive a criança a comer devagar, mastigar bem os alimentos e não falar ou rir enquanto estiver com a boca cheia.”
Manter objetos e brinquedos pequenos fora do alcance das crianças também ajuda a prevenir esses casos, bem como o incentivo a atividades que ajudem a desenvolver habilidades motoras orais, como a mastigação adequada.
Por fim, o especialista aconselha os pais a participarem de cursos de primeiros socorros: “Considerar a participação em cursos de primeiros socorros que abordem situações específicas de engasgo em crianças. A prevenção proativa envolve uma combinação de conhecimento, vigilância e práticas seguras para criar um ambiente seguro para as crianças.”