Apesar de ainda não ser uma realidade em Itapema, o debate sobre a troca da fiação aérea pela subterrânea está em alta no Brasil e no mundo. Na Câmara Federal, o Projeto de Lei 88/21, do deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), determina que as concessionárias de energia elétrica e de telefonia troquem todas as instalações aéreas existentes nas vias públicas por fiações subterrâneas em um prazo de dez anos. A proposta chegou à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática em 2022, mas ainda não foi aprovada e sancionada.

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Pedro Paulo Molleri, gerente regional da (CELESC) em Itajaí, relatou ao Lance que, no momento, não há projeto em andamento para instalação de fiação subterrânea em vias públicas de Itapema. Em Santa Catarina, outras cidades possuem trechos com esse tipo de fiação, como o centro histórico de Lages e algumas ruas de Joinville.

Lages antes e depois da mudança na fiação. Créditos: Geopizza

A fiação subterrânea consiste em instalar os cabos e equipamentos de distribuição de energia elétrica em dutos, caixas ou galerias subterrâneas. Segundo Molleri, um dos principais obstáculos para a implantação dessa fiação em vias públicas é o valor elevado, cerca de 10 a 20 vezes mais caro que a rede aérea convencional. “Nesta estimativa não estão inclusos os custos para a implantação das fiações de Telefonia e Internet de forma subterrânea, infraestrutura que não é de responsabilidade da Celesc”, explica.

No entanto, ele destaca que existem diversos benefícios da rede subterrânea, como a redução significativa nas faltas de energia decorrentes de eventos climáticos adversos. Além disso, em uma cidade turística como Itapema, enterrar a fiação apresentaria uma melhora na estética urbana. “Principalmente nas questões de acessibilidade das calçadas, problema muito comum nas cidades da nossa região,” comenta o gerente regional.

Contudo, por ser um tipo de instalação complexa e cara, existem diversas dificuldades para implementar a fiação subterrânea. Molleri explica que Itapema e outras cidades da região estão em constante crescimento, o que causa uma necessidade diária de ampliações e melhorias na rede elétrica existente. 

“A implantação de rede subterrânea é indicada para locais onde não se tenha necessidade de intervenções frequentes, devido ao alto custo operacional envolvido em qualquer alteração necessária nas redes subterrâneas já implantadas.”

Sobre os investimentos para esse tipo de implantação, o gerente regional informa que eles são tratados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), sob a forma de reajustes que impactam todos os consumidores. Ele explica que as regras do setor elétrico dizem que decisões técnicas devem considerar critérios prudentes para os investimentos, e a ANEEL não reconhece obras de redes subterrâneas como investimentos prudentes. Por isso, atualmente, “os clientes interessados em implantar rede subterrânea, incluindo a administração pública, são responsáveis pelo custeio da obra.”

Vale ressaltar que esses detalhes são apenas sobre a rede elétrica, responsabilidade da Celesc, e não incluem outras redes, como telefônica e de internet.

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