Itapema discute o projeto de expansão da faixa de areia nas praias de Meia-Praia e Praia do Centro a alguns anos, seguindo exemplos de outras cidades catarinenses que adotaram medidas semelhantes para aumentar suas áreas litorâneas. No entanto, experiências anteriores em localidades como Jurerê, em Florianópolis, e Balneário Camboriú apontam para um desafio comum após a realização dessas obras: a formação de degraus de areia, uma consequência natural do processo de acomodação da areia realocada.
De acordo com estudos conduzidos por especialistas, como o biólogo Paulo Horta, em entrevista ao portal G1, esses degraus, ou “escarpas”, surgem como um resultado direto da interação entre a areia adicionada e as dinâmicas oceânicas, como correntes e ondas. Esse fenômeno evidencia a complexidade da relação entre as intervenções humanas e os sistemas naturais costeiros. Em Jurerê, por exemplo, a prefeitura já iniciou manutenções para lidar com o desnível causado pelo projeto de alargamento que começou em janeiro deste ano e visa aumentar a faixa de areia para até 40 metros de largura.
O caso de Balneário Camboriú, onde o projeto de expansão foi concluído em 2021, destaca-se pela implementação de medidas adicionais para combater a erosão e os degraus de areia, incluindo a instalação de tubos geotêxteis para proteger a nova faixa de areia. A experiência desta cidade mostra que, apesar dos desafios, é possível mitigar os efeitos adversos com planejamento e manutenção contínua.