Segurança

Camila Diel | 08/07/2024 14:53

08/07/2024 14:53

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Polícia Militar deixa de solucionar crimes devido a falhas nas câmeras de segurança de Itapema; MPSC investiga

Sistema de vigilância foi instalado em 2022 e representa um custo de aproximadamente R$ 7 milhões ao ano

O Ministério Público de Santa Catarina instaurou um inquérito em 19 de junho de 2024 para investigar o serviço de monitoramento eletrônico das vias públicas de Itapema. A medida foi motivada por relatórios da Polícia Militar (PM), que desde 2022 denuncia frequentes falhas no sistema. Os problemas incluem perda de conexão, necessidade de reinicialização e inoperância das câmeras. Além disso, o sistema “inteligente” não identificou placas de veículos corretamente.

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Nos autos do inquérito, a PM descreve investigações prejudicadas pela falta de imagens das câmeras. Um exemplo é o caso de um veículo furtado, no centro de Itapema. Conforme consta no documento, a Agência de Inteligência tentou identificar o carro de apoio e os autores do crime, mas tanto o sistema OCR quanto as câmeras estavam fora do ar, conforme relatado em transcrições dos dias 7 e 8 de dezembro de 2022, registradas pela soldado Jaqueline Terezinha Martins.

Outro exemplo foi o caso de um veículo Hilux, furtado na madrugada do dia 11 de dezembro de 2022. A Agência de Inteligência tentou identificar o deslocamento do veículo e os autores do crime, mas, conforme relatório de comunicação interna da Polícia Militar, “o sistema de câmeras OCR estava inoperante durante o turno matutino e não registrou o deslocamento do carro”. Os documentos, que apresentam outros relatos semelhanntes, também indicam atraso no acionamento de alarmes, leitura errada de placas e falhas no disparo de sinais sonoros ao identificar veículos suspeitos.

O projeto Itapema + Segura, lançado em agosto de 2022, instalou 160 câmeras com tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) e Reconhecimento Facial para aumentar a segurança no município.

Proposto pela Polícia Militar e executado pela empresa CONNECT CITY INTEGRADORA E CONSULTORIA EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA, o sistema enfrenta problemas desde a instalação. O primeiro contrato, firmado em janeiro de 2022, era de R$ 3.999.999,64, enquanto no ano seguinte, o valor aumentou para R$ 6.919.928,40. O inquérito segue em tramitação no Ministério Público.

 

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