Além do gato-maracajá, o REVIS abriga também jaguatiricas e gato-do-mato-pequeno, além de centenas de outras espécies ameaçadas
Um exemplar do gato-maracajá, felino raro e ameaçado de extinção no Brasil, foi registrado pelas câmeras de monitoramento do Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) de Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina. O flagrante ocorreu em março, mas foi divulgado recentemente pela Fundação Ambiental Área Costeira de Itapema, órgão responsável pela gestão da unidade de conservação.
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As imagens mostram o felino em ambiente natural, em meio à vegetação nativa. No mesmo vídeo, outros animais da fauna local também aparecem, como o tamanduá-mirim, o mão-pelada e o irara. Segundo o biólogo Rodrigo Bicudo, diretor do REVIS, o gato-maracajá (Leopardus wiedii) possui hábitos noturnos, é solitário e vive principalmente em árvores. O animal é capaz de girar os tornozelos em 180 graus e saltar até 3,7 metros entre os galhos.
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Apesar de estar na lista das espécies ameaçadas de extinção, esse não é o primeiro registro da espécie no refúgio. Bicudo explica que o monitoramento por câmeras já capturou imagens ainda mais nítidas em ocasiões anteriores. Além do gato-maracajá, o REVIS abriga também jaguatiricas e gato-do-mato-pequeno, além de centenas de outras espécies ameaçadas. A presença de felinos evidencia a importância ecológica do local.
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Ainda não se sabe quantos indivíduos do gato-maracajá habitam a área, mas por se tratar de uma unidade de conservação com acesso controlado, o contato direto com o animal é improvável. “Isso é praticamente impossível, mas ele é um animal inofensivo. A dica é aproveitar a oportunidade, caso aconteça”, afirma o biólogo.
A jaguatirica, outra espécie de felino, também já foi flagrada pelas câmeras em 2024. O Refúgio de Vida Silvestre de Itapema foi criado em 2012 e ocupa cerca de 3 mil hectares, o equivalente à metade do território do município. A área abriga nascentes dos rios Perequê, Areal, São Paulinho e Ilhota, que abastecem Itapema, Porto Belo, Bombinhas e parte de Balneário Camboriú.
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Estudos realizados na região identificaram 498 espécies vegetais, 305 de aves, 42 de anfíbios, 16 répteis e 30 mamíferos. Entre os animais ameaçados de extinção também presentes no local está o bugio-ruivo (Alouatta guariba).
Para garantir a proteção da biodiversidade, o REVIS atua com base em três pilares: fiscalização, pesquisa e educação ambiental. “É uma área extremamente importante para a conservação da fauna de Santa Catarina. Contamos também com um conselho gestor e um plano de manejo, que são nossas principais ferramentas”, destaca o diretor do refúgio.
Fonte: ND+