Com o ‘inchaço’ populacional, provocado pela súbita vinda de aproximadamente 1 milhão de turistas no pico da alta temporada, Itapema suporta uma pressão crescente, mesmo que por tempo determinado, no que toca às suas infraestruturas de saneamento básico e hídrica. Para fazer frente à demanda ‘explosiva’, devido à produção avassaladora de resíduos sólidos, o diretor […]
Com o ‘inchaço’ populacional, provocado pela súbita vinda de aproximadamente 1 milhão de turistas no pico da alta temporada, Itapema suporta uma pressão crescente, mesmo que por tempo determinado, no que toca às suas infraestruturas de saneamento básico e hídrica.
Para fazer frente à demanda ‘explosiva’, devido à produção avassaladora de resíduos sólidos, o diretor da Plattaforma Consultoria Ambiental, Leonardo Ticiano Schmitt Nunes destaca a informação divulgada pela concessionária Ambiental – atuante nas áreas de coleta de resíduos e de limpeza urbana – que anunciou a intenção de aumentar seu efetivo e ampliar a estrutura de atendimento. Medida semelhante foi anunciada, recentemente, pela Conasa, responsável pela captação e tratamento de esgoto e pela captação e fornecimento de água.
“Precisamos aguardar os dias que virão para verificar a eficiência desses serviços”, acentua Nunes, para quem “o serviço público deve ser eficiente o ano todo e não apenas nove meses. Ou seja, de nada adianta funcionar corretamente durante o ano e não durante a alta temporada, o que demandaria ações preventivas, planejadas com antecedência, e não pontuais, de última hora”.
Caso contrário, o engenheiro ambiental entende que a “incorreta destinação dos resíduos sólidos, mau tratamento de esgoto na ETE e de água poderão causar, com certeza, danos ambientais e de saúde pública”, ao acrescentar: “Esperamos que isso não ocorra e a cidade demonstre estar preparada realmente para adensamento populacional da temporada”.
Quanto à questão específica da coleta pública de esgoto, Nunes comenta que a FAACI (Fundação Ambiental Área Costeira Itapema) promoveu forte fiscalização, visando coibir ligações irregulares.
“É sempre bom lembrar que balneabilidade tem a ver com universalização do saneamento básico, e não na construção de molhes. Dependemos ainda de Porto Belo, lá não há coleta e tratamento de esgoto público”, aponta. Segundo ele, como o tratamento é individual, isso acaba acarretando problemas, pois, de “nada adianta o lado de cá trabalhar para corrigir seus passivos ambientais em relação ao saneamento básico e lá não haver controle, até porque Itapema e Porto Belo usam a mesma baía para viver o turismo”.
Em contraponto, ao classificar de ‘exemplo nacional’, iniciativas como a demarcação e sinalização das trilhas ecológicas da cidade, Nunes adverte sobre a ‘dependência’ da comunidade local quanto à educação do turista, no que toca ao respeito do meio ambiente e deixa um recado final: “Compete a todos nós, moradores e turistas, zelar pelo nosso meio ambiente o ano todo e não somente agora”.