Juliano Zandonai (PP), Maurício Gomes (MDB) e Silvana Nunes Stadler (PL) são acusados de entregar vales-combustível para eleitores em troca de apoio nas urnas durante as eleições de 2024
Um suposto esquema de compra de votos envolvendo a distribuição de vales-combustível coloca três candidatos da cidade sob investigação do Ministério Público Eleitoral (MPE). Juliano Zandonai (PP), Maurício Gomes (MDB) e Silvana Nunes Stadler (PL) são acusados de entregar vales-combustível para eleitores em troca de apoio nas urnas durante as eleições de 2024. A denúncia, encaminhada pela Ouvidoria, gerou a abertura de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que já tramita no Superior Tribunal de Justiça (TSE).
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Apesar da gravidade das acusações, nenhum dos candidatos envolvidos teve sucesso nas eleições de 2024. Juliano Zandonai recebeu 445 votos, Maurício Gomes obteve 321 votos e Silvana Nunes Stadler recebeu 232 votos.
A última movimentação no processo aconteceu em 6 de fevereiro, quando uma audiência foi agendada para o próximo dia 26 de fevereiro, às 14h, na 1ª Vara Cível da Comarca de Tijucas. No dia 24 de janeiro, a juíza Carolina Cantarutti Denardin, da Zona Eleitoral de Tijucas, determinou o levantamento do sigilo do caso, permitindo a divulgação de detalhes sobre a investigação.
Como funcionava o esquema?
Segundo o MPE, os candidatos teriam utilizado vales-combustível como uma forma de trocar por votos. O esquema foi inicialmente denunciado por um morador de Porto Belo, que afirmou ter visto uma mulher receber vales-combustível em troca de votos para o candidato a prefeito Joel Lucinda e para um vereador do mesmo grupo político. O denunciante chegou a fotografar os vales, que continham número de protocolo, nome do posto e endereço, informações que, de acordo com o MPE, comprovariam o envolvimento dos candidatos no esquema.
Testemunhas indicaram que a distribuição dos vales foi ampla e organizada. Os vales, com valores que variavam entre R$ 25 e R$ 50, foram entregues tanto pessoalmente quanto via WhatsApp, e não estavam vinculados a eventos de campanha como carreatas ou comícios. Uma das testemunhas revelou ao MP: “Recebi R$ 200 em vales de combustível de um candidato, além de outros valores de diferentes políticos. A entrega era feita na minha casa”. Outros relatos indicam que os vales foram dados em troca de serviços prestados por eleitores.
Defesa dos candidatos
A defesa dos acusados refuta as acusações, alegando que as provas apresentadas pelo Ministério Público são frágeis, contraditórias e tendenciosas. Segundo os advogados de Maurício Gomes e Silvana Nunes Stadler, Alesson Alexandre Cardoso e Nicole Grimm, as provas estão diretamente vinculadas a testemunhas com viés político-partidário e interesses na condenação dos acusados. A defesa afirma que a denúncia teria sido motivada pela tentativa de envolver o candidato a prefeito Joel Lucinda, do MDB, no esquema.
“Não há elementos concretos que provem a existência dos vales-combustível ou a compra de votos”, reforçou a defesa. Além disso, os advogados apontam que algumas testemunhas afirmaram apenas ter ouvido falar sobre o caso, enquanto outras teriam recebido vales, mas estavam com adesivos de outro candidato e pediram ajuda por meio de mensagens nas redes sociais.
“Existem os tíquetes, mas nada que vincule os candidatos à compra de votos. Não há nenhuma conversa de WhatsApp ou prova concreta que os envolva diretamente”, conclui a defesa.
O caso segue em investigação e novas atualizações devem ocorrer após a audiência marcada para o fim de fevereiro.
O que muda em caso de condenação?
Uma possível condenação poderia alterar a configuração da Câmara de Vereadores de Porto Belo. No caso de uma anulação de votos, poderia haver recontagem, alterando o quadro dos partidos no legislativo.
Com informações do Vip Social