Quatro jovens foram encontrados mortos em um carro em Balneário Camboriú nesta segunda-feira (1º/1), com a suspeita principal de intoxicação por monóxido de carbono. A Polícia Civil acredita que a tragédia ocorreu enquanto os jovens estavam dentro de uma BMW, tentando se recuperar de uma suposta intoxicação alimentar. Um vídeo (veja no final da matéria) […]
Quatro jovens foram encontrados mortos em um carro em Balneário Camboriú nesta segunda-feira (1º/1), com a suspeita principal de intoxicação por monóxido de carbono. A Polícia Civil acredita que a tragédia ocorreu enquanto os jovens estavam dentro de uma BMW, tentando se recuperar de uma suposta intoxicação alimentar. Um vídeo (veja no final da matéria) revelou uma ruptura no escapamento do veículo, indicando que o monóxido de carbono pode ter sido jogado para dentro do carro pelo ar-condicionado.
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Douglas da Costa, mecânico experiente de Itapema e finalista do reality show ‘Batalha do Mecânico’, examinou a situação e explicou as implicações das modificações mecânicas na BMW. Segundo ele, o escapamento do carro, que foi alterado para um modelo esportivo, provavelmente não foi instalado corretamente, permitindo que os gases tóxicos ficassem retidos sob o veículo.
“Num veículo original, o escapamento leva os gases tóxicos para trás do carro. Mas, no caso da BMW, o veículo tinha modificações no escapamento. Quando você altera isso, precisa garantir uma vedação perfeita,” explicou Douglas. Ele observou que, provavelmente, uma instalação inadequada permitiu que os gases ficassem retidos sob o veículo.
“Em carros originais, é crucial verificar se não há furos no sistema de escapamento. Esses furos podem fazer com que os gases nocivos fiquem retidos de baixo do carro e eventualmente entrem na cabine”, explicou Costa. Ele também ressaltou a função do sistema de ar-condicionado em veículos, que pode agravar a situação. “O sistema de ar-condicionado puxa o ar de fora para dentro do carro. Se houver um problema na vedação do sistema de escapamento, ele pode acabar puxando os gases tóxicos para dentro da cabine”, disse o mecânico.
“Muitas vezes, alterações como essas são feitas por quem não é especialista. Uma solda mal feita ou uma junta de escapamento mal aplicada pode causar vazamento de gases,” afirmou. Douglas explicou ainda que a intoxicação por monóxido de carbono é traiçoeira, pois o gás é incolor e sem cheiro. “Você nem percebe que está respirando algo letal. Manter o sistema de escapamento em boas condições é crucial,” disse ele.
Douglas da Costa aconselha os proprietários de veículos a serem cautelosos com modificações, especialmente no sistema de escapamento. “Se você quer modificar seu carro, faça isso com um profissional qualificado. É uma questão de segurança,” alertou.
Ele também abordou o uso de difusores em sistemas de escapamento esportivos, uma prática comum entre entusiastas de carros. “É muito comum usar um difusor quando se coloca um sistema esportivo no carro. Esse difusor, posicionado embaixo do veículo, corta o escapamento e libera os gases diretamente para a atmosfera, eliminando o sistema de silenciadores para aumentar o barulho”, explicou. No entanto, advertiu sobre os riscos dessa prática. “O pessoal gosta, só que nesta situação, quando o veículo está parado, os gases podem se acumular embaixo do carro. e também podem entrar na cabine, seja através do sistema de ar condicionado ou por alguma abertura na carroceria.”
A Polícia Civil de Balneário Camboriú segue investigando a causa exata da morte dos jovens. As observações de Costa adicionam uma camada importante de entendimento sobre como modificações mecânicas não profissionais podem ter consequências fatais.
Um vídeo-chave na investigação da morte de quatro jovens em Balneário Camboriú revelou detalhes cruciais sobre o incidente. Segundo o delegado Bruno Effori, as imagens indicam uma ruptura de cerca de meio centímetro na conexão do cano de escape com o motor do veículo. “O cano de escape, que normalmente corre por baixo do carro e sai na traseira, apresentou um rompimento na sua conexão com o motor”, explicou Effori.
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A família de uma das vítimas, proprietária do carro, relatou à polícia que a BMW havia sido customizada, com modificações específicas no sistema de escapamento. Essas alterações, feitas na parte externa do veículo, visavam aumentar o ronco do motor, uma prática comum entre entusiastas de automóveis.
Além disso, uma amiga sobrevivente dos jovens falecidos relatou sintomas observados nas vítimas. Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Oliveira Kovaleski, 16, teriam apresentado sinais como pele roxa, enjoo e tontura – sintomas típicos de intoxicação por monóxido de carbono.