Ação cumpre 44 mandados e investiga organização criminosa que falsificava selos sanitários, adulterava produtos e causava prejuízos milionários em tributos
Uma grande operação de combate ao comércio ilegal de pescados foi deflagrada na manhã desta terça-feira (17), em sete estados brasileiros.
Batizada de Operação Miraculum Piscis, a ação é coordenada pela Polícia Federal, com apoio do Ministério da Agricultura (MAPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Secretaria da Fazenda de Santa Catarina (SEFAZ/SC).
O foco da investigação é desarticular uma organização criminosa que atuava na falsificação de selos de inspeção sanitária e na comercialização irregular de pescados em larga escala.
Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão em residências e empresas localizadas em 21 municípios, distribuídos entre os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Bahia.
As investigações tiveram início a partir de uma fiscalização do Ministério da Agricultura em uma empresa de Penha (SC), que identificou indícios de falsificação dos selos do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
A partir disso, os órgãos de investigação rastrearam outras empresas envolvidas no esquema, utilizando não apenas os selos falsificados, mas também notas fiscais adulteradas para burlar o controle sanitário e fiscal.
Entre as irregularidades identificadas, os produtos eram adulterados com adição de água para aumentar o peso, havia substituição de espécies de pescado, uso de espécies proibidas ou capturadas durante o período de defeso e até a comercialização sem qualquer autorização dos órgãos competentes.
Os envolvidos estão sendo investigados por uma série de crimes:
A lista dos municípios onde foram cumpridos mandados inclui:
O nome da operação, Miraculum Piscis, faz referência à passagem bíblica da multiplicação dos peixes, em alusão à prática dos investigados de aumentar artificialmente o peso dos produtos e replicar lotes com selos SIF falsificados.
A estimativa é que o esquema tenha causado prejuízos milionários em sonegação tributária e riscos sanitários à população.
As investigações seguem em andamento.