Mãe chegou ao CMEI no momento em que o menino era devolvido à unidade por uma moradora; Família cobra imagens de câmeras e denuncia falhas graves de segurança
Uma criança de dois anos saiu sozinha do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Abelhinha Feliz 1, localizada na rua 906D, no bairro Alto São Bento, em Itapema, na tarde de terça-feira-feira (1º). O menino, Ravi, foi encontrado por uma mulher na rua 902C e devolvido à unidade instantes antes da chegada da mãe, Mayra Silva, que entrou em desespero ao se deparar com a situação.
“Meu filho tem apenas dois anos. Ele não entende nada. Se acontece alguma coisa com meu filho? Se um carro pega ele, se alguém sequestra? Hoje em dia o que mais tem é gente que rapta criança. Isso não pode acontecer. Se aconteceu com o meu filho, pode acontecer com qualquer criança”, afirmou Mayra.
Ela relata que ao chegar na unidade, por volta das 17h, viu o filho nos braços de uma senhora que conversava com o guarda da creche. Segundo a mãe, ninguém da direção sabia explicar como a criança havia saído da unidade ido parar em outra rua, distante da unidade. “Disseram que cogitam que ele tenha passado por dois portões abertos, possivelmente no momento em que algum pai buscava outra criança. Mas ninguém viu. Meu filho só fugiu, e eles não sabem como isso aconteceu”, desabafou.
Mayra registrou boletim de ocorrência e, junto da avó da criança e do vereador Saulo Ramos (PP), participou de uma reunião com o secretário de Educação, Valdir Nesi Filho, na quarta-feira (2), às 17h. A família exige acesso às imagens das câmeras de segurança da unidade para entender o que de fato ocorreu. “Queremos a filmagem para ver de onde ele saiu, onde foi o erro. Assim que a gente tiver essa filmagem, vamos tomar providências. A Mayra vai entrar com processo”, afirmou Vânia, avó de Ravi.
Vânia também criticou o posicionamento da gestão ao divulgar uma versão dos fatos que, segundo ela, não condiz com a realidade. “Postaram um vídeo na internet dizendo tudo ao contrário do que aconteceu. Eles não falaram a verdade, distorceram tudo. Estamos esperando o resultado da filmagem”, disse.
A mãe também denuncia a fragilidade no controle de acesso à creche, principalmente no horário de saída. Ela afirma que o guarda ainda não reconhece todos os pais e que não há nenhum tipo de conferência antes da liberação. “Qualquer pessoa pode entrar, dar boa tarde para o guarda e sair com uma criança no colo. Isso é muito grave. Deveria haver um sistema de verificação do nome e da sala da criança.”
Ela também aponta falhas na estrutura de segurança. Segundo Mayra, há um segundo portão que permanece fechado durante o dia, mas por volta das 17h os dois ficam abertos ao mesmo tempo. “Isso está errado. A segurança precisa ser reforçada. E se alguém entra ali de má fé e faz algo contra uma criança? O que mais tem hoje em dia são casos assim. A gente viu o que aconteceu em Blumenau”, alertou. “Deixar os dois portões abertos é um erro grave.”
O Lance Itapema procurou a Secretaria Municipal de Educação, que informou por mensagem, por meio do secretário Valdir Nesi Filho, que “estamos orientando para redobrar a atenção nas saídas e ajustando para maior segurança das crianças. O quantitativo de vigilantes continua o mesmo do ano passado”.
A família afirma que seguirá buscando responsabilizações e medidas de segurança para evitar que casos como esse se repitam.
O Lance Itapema permanece aberto para maiores esclarecimentos sobre o caso e segue à disposição das autoridades e da direção da unidade para eventuais manifestações.
