Apesar do salto, cidade figura entre uma das que menos recebe pessoas em situação de rua no Litoral Catarinense
Em 2023, 144 pessoas em situação de rua fazem de Itapema a própria casa. O número representa um salto de 12% em relação a 2021 – quando 128 “andarilhos” foram registrados no município. Os dados são do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, ligado à UFMG.
O índice também é muito menor do que o comparativo com o estado. Em Santa Catarina, o estudo apontou aumento de 5.678 em 2021 para 9.989 pessoas em situação de rua em 2023 – uma alta de 76%. O índice catarinense supera a média nacional de 65,5% no mesmo período.
Na Costa Esmeralda, Itapema lidera. Em Porto Belo, o número é de 32 e, em Bombinhas, 45. No Estado, Florianópolis continua sendo o destino favorito para os andarilhos.
Segundo André Luiz Freitas Dias, coordenador do observatório, o aumento do número de pessoas em situação de rua pode ser devido ao crescimento do CadÚnico, o sistema de registro para o acesso às políticas sociais no Brasil. Ele também destaca que a falta de políticas públicas efetivas quando se fala nas áreas de moradia, trabalho e educação agravam o problema.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) identificou casos em que outros estados, como São Paulo e Bahia, estão enviando pessoas em situação de rua dos seus estados para Santa Catarina.
Ainda de acordo com o levantamento, a população em situação de rua em Santa Catarina é majoritariamente masculina, correspondendo a 89% do número total. 61,4% desses homens se identificam como brancos, 37,6% como negros , 0,51% como indigenas e 0,38% amarelos. 14% das pessoas nessa condição possuem algum tipo de deficiência e 42,3% não chegaram a concluir o ensino fundamental. A maioria tem idades entre os 18 e 59 anos.